quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Amargo

110. Um número comum, redondo ou meio quebrado. 110 foram as vezes que ela gritou aquelas palavras vazias mas cheias de fúria e clamor para alguém que não as entendia. Uma raiva, incompreendida, oca, sem sentido, que a esfolava viva. Clamor por que quem agride, espiritualmente está pedindo socorro, da pior forma possivel. Ela não enxergava o poder do dito assim, sem filtro e bondade. Somente depois com a boca amargando e o corpo trêmulo, suas veias jorravam e a culpa circulava livre como ela mesma de alguma forma queria ser.

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